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ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E O MUNDO

A invasão e ocupação do Iraque constituem uma violência inominável. Produzem dezenas de milhares de mortes, espalham a fome, disseminam o desespero. Hoje, apesar da enorme manipulação feita pelos grandes meios de comunicação, é impossível negar as inúmeras atrocidades, simbolizadas na tortura sistemática praticada contra os prisioneiros em Abu Graib, pelo bombardeio da cidade de Falluja, responsável por milhares de mortos, em especial mulheres e crianças. Ainda assim, permanece uma interrogação: por que os Estados Unidos invadiram o Iraque?

A primeira resposta afirma que o Iraque abrigava terrorista e que Saddan Hussein tinha ligações com a Al Qaeda, de Osama Bin Ladden. Nada mais falso: Saddan comandava um governo não religioso, portanto radicalmente oposto ao que defendem os fundamentalistas islâmicos de Bin Ladden. Evidentemente os Estados Unidos sabiam disso, pois apoiaram e financiaram Saddan Hussein por mais de uma década, durante a guerra entre Irã e Iraque.

Outro argumento usado foi que o Iraque possuía "armas de destruição em massa" e, portanto, representava um perigo à humanidade. Uma dupla mentira: nos últimos quinze anos, o Iraque foi submetido a um duro bloqueio econômico, liderado pelos Estados Unidos, que além de matar de fome mais de 1 milhão de iraquianos (sendo 500.000 crianças), tornou seu aparato militar totalmente defasado (o que se comprova pela facilidade com que os Estados Unidos invadiu o país e derrotou seu Exército).

Outro argumento usado ainda pelos Estados Unidos é a "democratização" do Iraque. De fato, Saddan Hussein era um ditador. Mas há dezenas de outros ditadores no mundo que contam com o apoio dos Estados Unidos, a começar pelos governos da Arábia Saudita, Kuwait, Jordânia e Egito, fiéis aliados de Bush. Além disso, muito longe de estabelecer uma democracia, os Estados Unidos massacram o povo iraquiano, promovem uma eleição fraudulenta da qual só participam seus apoiadores e impõe na prática uma ditadura muito mais violenta.

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