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Richa é citado em e-mails apreendidos na Lava Jato



Os e-mails referentes ao governador continham apenas o currículo dele. O inquérito policial não faz nenhuma citação sobre qual seria o objetivo dos e-mails







O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), teve o nome citado em três e-mails trocados entre a secretária-executiva do empreiteiro Marcelo Odebrecht, Darci Luz, e as secretárias de presidentes de três grandes empresas: Gerdau, Bunge e Suzano. Os e-mails foram apreendidos pela Polícia Federal (PF) nas buscas realizadas pela Operação Lava Jato na sede da construtora Odebrecht, em São Paulo, em junho deste ano.


O empreiteiro Marcelo Odebrecht está atualmente preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Grande Curitiba, sob acusação de participar do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. Ele foi preso no dia 19 de junho deste ano.
Enviados no dia 9 de agosto de 2010, ano em que Beto Richa concorreu pela primeira vez ao governo do estado, os e-mails referentes ao atual governador continham o currículo dele, com informações que vão desde a formação acadêmica até ações da prefeitura de Curitiba no período em que comandou a capital. Na ocasião, Richa não governava o estado; era candidato ao Palácio Iguaçu. A secretária Darci afirma que as mensagens estavam sendo enviadas a pedido do próprio Marcelo Odebrecht.
O inquérito policial não faz nenhuma citação de qual seria o objetivo dos e-mails. No entanto, dias depois, em 19 de agosto, a Gerdau doou R$ 250 mil diretamente para a campanha de Richa, conforme registrado na prestação de contas eleitorais disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outros R$ 250 mil da empresa foram para o diretório estadual do PSDB, no dia 25 de agosto. Já a Bunge doou R$ 80 mil diretamente para a campanha de Richa em 20 de agosto. No intervalo de 16 dias, a campanha de Richa recebeu R$ 580 mil reais das empresas que receberam os e-mails da secretária de Marcelo Oderbrecht. A Suzano, o próprio Odebrecht e sua construtora não fizeram quaisquer contribuições.
Além dos três e-mails, o nome do governador paranaense não é citado no material da PF. Richa não é alvo de nenhum inquérito da Operação Lava Jato. A Gazeta do Povo não conseguiu localizar ninguém no Palácio Iguaçu e das empresas Odebrecht, Gerdau, Suzano e Bunge para comentar o assunto.

fonte          redação                  gazetadopovo.com.br/.../beto-richa-e-citado-
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Auditores arrecadavam dinheiro com empresas em nome do Provopar


GRAVAÇÃO MOSTRA QUE VERBA FOI USADA PARA COMPRAR COBERTORES QUE ERAM DISTRIBUÍDOS 
NOS MUNICÍPIOS





As delegacias da Receita Estadual do Paraná receberam em 2014 metas de arrecadação de dinheiro a ser doado para compras de cobertores. Os cobertores foram distribuídos pelo Provopar e pela primeira-dama do estado, Fernanda Richa, em municípios do estado. Além de fazerem doações do próprio bolso, os auditores percorreram empresas do estado pedindo dinheiro. O sindicato da categoria usou a proximidade com o Provopar e com a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social para pedir benefícios para os auditores, como a regulamentação da lei de promoções e o pagamento de bônus atrasados.



Uma reunião realizada em Curitiba em agosto do ano passado mostra que os auditores de algumas delegacias não estavam mais conseguindo cumprir as metas porque as empresas estariam cansadas de receber os pedidos. “É o terceiro ano que procuramos as mesmas empresas”, diz um dos auditores. Os auditores colaboram com a arrecadação de cobertores desde 2012. A Gazeta do Povo teve acesso a uma gravação que revela o conteúdo da reunião. A gravação está de posse do Ministério Público do Estado (MP).
A relação entre Fernanda e os auditores veio à tona depois de uma denúncia anônima recebida pelo Ministério Público dizendo que ela teria pedido arrecadações para a campanha eleitoral em troca de benefícios para a categoria. Depois disso, o governador Beto Richa, em entrevista ao UOL, disse que Fernanda “nem sabe o que é um auditor”. E a própria Fernanda, que também é secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social, negou as acusações.
Na reunião, os auditores dizem que conversaram com Fernanda Richa e pediram que ela falasse com o então secretário da Fazenda, Luiz Eduardo Sebastiani, para que desse “apoio” aos pleitos da categoria. “Ela já de antemão se colocou à disposição para pedir ao Sebastiani que analise com carinho os nossos pleitos e inclusive vai falar pessoalmente com o Beto Richa em relação aos nossos atrasados”, diz o vice-presidente do Sindafep, sindicato da categoria, Wanderci Polaquini.
Na reunião, entre representantes sindicais das delegacias da Receita, alguns reclamavam da meta, que estaria “pesada”. Em 2012, os auditores contribuíram com 130 mil cobertores, ou R$ 1,3 milhão. Isso equivale a 65% da meta do Provopar, de arrecadar 200 mil cobertores.
Em 2014, ano em que houve as promoções da categoria, a Gazeta apurou que a meta imposta aos auditores teria subido para R$ 2 milhões. O representante de Ponta Grossa afirma na gravação que a delegacia regional ficou encarregada de arrecadar R$ 140 mil. No momento da reunião, as delegacias ainda precisavam contribuir com mais R$ 260 mil para chegar à meta.

AUDITORES DIZEM QUE NÃO SOLICITAVAM DINHEIRO EM EMPRESAS

A Gazeta do Povo falou com alguns auditores que participaram da reunião sobre as “metas” do Provopar. Três confirmaram o teor das discussões, mas afirmam que as doações não tinham relação com as progressões de carreira e nem eram solicitadas em empresas.



Plínio Luiz Faeda, representante da delegacia da Receita de Pato Branco, disse que os auditores costumam fazer doações a cerca de seis instituições sociais, incluindo o Provopar. Ele afirmou que as contribuições saíam do bolso dos auditores.
Se todos os cerca de 900 auditores do estado doassem para o Provopar, teriam que desembolsar R$ 2,2 mil para chegar aos R$ 2 milhões arrecadados no ano passado. Questionado se o valor não era muito grande para os auditores destinarem do bolso a apenas uma das instituições beneficiadas, Faeda desconversou. “Vamos continuar fazendo as contribuições. Nós vimos que muita gente carente foi beneficiada com isso. A nós não interessa a parte política”, disse.
Já José Carlos Endlich, representante da regional de Maringá, relatou que as doações para o Provopar acontecem desde 2011 e “são sempre muito bem sucedidas”. Ele disse que é possível que empresas tenham contribuído, mas diretamente para o Provopar. “Se aconteceu, foi contabilizado. Por meio nosso, não.”
Genildo Tibes, representante de Guarapuava, disse que as contribuições são “voluntárias”. Ao ser perguntado sobre uma possível conexão política, encerrou a ligação e depois desligou o celular.
O representante de Umuarama se recusou a falar com a reportagem e não quis ser identificado. Os representantes de Ponta Grossa e Jacarezinhoatualmente estão em licença médica. A reportagem não conseguiu localizar os membros do conselho de Guaratuba e União da ­Vitória.
Um dos participantes da reunião, da regional de Londrina, chegou a ser preso na Operação Publicano, que investiga o esquema de pagamento de propina para auditores da Receita. Ricardo de Freitas, da regional de Londrina, foi preso em março por suposto envolvimento no esquema investigado pelo Ministério Público. Ele responde ao processo em liberdade, mas está afastado do cargo na Receita desde ­então.

ESCLARECIMENTOS

A Gazeta do Povo procurou na tarde desta segunda-feira a secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, e a presidente do Provopar, Carlise Kwiatowski. Ambas pediram que a reportagem enviasse as perguntas sobre o tema por e-mail. Até o fechamento desta reportagem, porém, as respostas ainda não haviam chegado.


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fonte            redação                    gazetadopovo.com.br/vida-publica/auditores-arrecadavam-dinheirocom-empresas-em-nome-do-provopar-8vki05l0ox7cj8vcygfcc8eks

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