Delegado Francischini destinou R$ 24 mil de sua cota parlamentar para uma empresa ligada a casal que administra uma rede de sites apontados como veículos que propagam "fake news"
Brasil
Jair bolsonaro e a fraude eleitoral
Dono de sites criticados por 'fake news' recebe dinheiro de deputado
- Delegado Francischini destinou R$ 24 mil de sua cota parlamentar para uma empresa ligada a casal que administra uma rede de sites apontados como veículos que propagam "fake news"
Fraude eleitoral
Fraude eleitoral , manipulação de eleições ou manipulação de votos
é uma interferência ilegal no processo de uma eleição , seja aumentando a participação dos votos do candidato favorecido, deprimindo a participação dos votos dos candidatos rivais, ou ambos. O que constitui fraude eleitoral varia de país para país.
Muitos tipos de fraude eleitoral são proscritos na legislação eleitoral, mas outros violam leis gerais, como as que proíbem agressão , assédio ou difamação . Embora tecnicamente o termo "fraude eleitoral" cubra apenas os atos que são ilegais, o termo às vezes é usado para descrever atos que são legais, mas considerados moralmente inaceitáveis, fora do espírito de uma eleição ou em violação dos princípios da democracia.
[1] [2] Mostrar eleições , contendo apenas um candidato, às vezes são classificadas como fraude eleitoral, embora possam cumprir a lei e sejam apresentadas mais como referendos.
Nas eleições nacionais, a fraude eleitoral bem sucedida pode ter o efeito de um golpe de Estado ou corrupção da democracia. Numa eleição apertada , uma pequena quantidade de fraudes pode ser suficiente para mudar o resultado. Mesmo que o resultado não seja afetado, a revelação de fraude pode ter um efeito prejudicial, se não for punida, pois pode reduzir a confiança dos eleitores na democracia .
fonte redação https://en.wikipedia.org/wiki/Electoral_fraud
Seis notas fiscais pagas pelo gabinete do deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), o Delegado Francischini, apontam que o parlamentar destinou R$ 24 mil de sua cota parlamentar, no período entre dezembro do ano passado e abril deste ano, para uma empresa em nome de um casal que administra uma rede de sites apontados como veículos que propagam "fake news".
As notas aparecem no Portal de Transparência da Câmara dos Deputados e foram emitidas pela empresa Novo Brasil Empreendimentos Digitais para "divulgação da atividade parlamentar". Foram pagos R$ 4.000 mensais entre dezembro e março, e outros dois pagamentos no mesmo valor foram realizados em abril.
A Novo Brasil Empreendimentos Digitais tem como sócios registrados junto à Receita Federal a advogada Thais Raposo Chaves e seu marido, Ernani Fernandes. Ernani também aparece como responsável pelo domínio do site de conteúdo político engajado Folha Política (que não tem nenhuma relação com o Grupo Folha).
Desde dezembro, a Folha Política publicou em suas páginas diversos textos em que cita o deputado Francischini. Eles têm títulos como "Delegado Francischini fala 'na lata' o que pensa de Lula" ou "Delegado e Bolsonaro apresentam projeto de lei para acabar com privilégios para ex-presidentes".
Em janeiro, o site também publicou um vídeo com o título "URGENTE: Em transmissão ao vivo, Bolsonaro anuncia candidatura pelo PSL". Além de companheiro de partido, Francischini é um dos principais aliados políticos do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à Presidência da República.
Questionada sobre as notas fiscais, a assessoria de Francischini disse que Ernani Fernandes "presta consultoria em redes sociais e edita alguns vídeos para publicação" nos perfis do deputado e que os pagamentos não têm nenhuma relação com os sites da rede administrada pelo casal.
Nota fiscal de abril recebida pela empresa de Ernani do deputado Francischini
Segundo a assessoria do deputado, Ernani foi indicado para prestar serviços ao parlamentar por "uma questão de afinidade de conteúdo" em temas como combate à corrupção, oposição ao PT e apoio à Operação Lava Jato.
Elo com Frota e Kataguiri
A Folha Política, assim como diversos outros sites semelhantes como Política na Rede, Correio do Poder, Crítica Política, Folha do Povo e Gazeta Social, se apresenta como um veículo administrado pela Rede RFA (Raposo Fernandes Associados) --uma combinação dos sobrenomes de Ernani e Thais.
O grupo também administra as páginas no Facebook dos sites citados acima e outras como MCC - Movimento contra Corrupção (a maior delas, com mais de 3,5 milhões de seguidores), Juventude contra Corrupção, Juiz Sergio Moro - O Brasil Está com Você, Apoio ao Moro e Movimento Democracia Participativa, além do perfil oficial do ator Alexandre Frota na rede social e do canal Ficha Social, no YouTube, entre outros.
Em 2014, alguns vídeos do Ficha Social tiveram como apresentador o atual coordenador nacional do MBL (Movimento Brasil Livre), Kim Kataguiri. Na época, o grupo que tornou Kataguiri famoso nacionalmente ainda não havia sido formalmente criado.
A reportagem do UOL tentou contato com Kim Kataguiri para pedir esclarecimentos sobre uma possível relação com Ernani Fernandes, mas o líder do MBL não respondeu às mensagens.
Questionado sobre sua relação com Ernani Fernandes e suas empresas, o ator Alexandre Frota, filiado ao PSL, disse não ter nenhuma relação com a Folha Política. "A minha página é Alexandre Frota, e ele [Ernani] é um dos administradores, trabalha administrando a página."
O ator acrescentou que não tem ciência de nenhum inquérito ou processo que Ernani ou suas empresas estejam respondendo ou pelo qual tenham sido condenados.
Narrativa antipetista
Para o pesquisador Pablo Ortellado, coordenador do projeto Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP (Universidade de São Paulo), a rede de sites associada a Ernani Fernandes constitui "um ecossistema próprio" no universo de conteúdo político engajado na internet.
"Ele tem um portfólio tanto de sites como de páginas no Facebook", aponta Ortellado. "Se a gente somar tudo, vamos ver que o alcance dele é de milhões de pessoas. Ele é um dos atores isolados mais influentes na rede que jogam com essa relação entre sites de notícias e páginas engajadas."
A Folha Política é um dos principais sites citados em artigos, pesquisas e listas que abordam o fenômeno das "fake news" --notícias falsas publicadas na internet ou baseadas em informações distorcidas e tiradas de seu contexto original.
Ortellado afirma que os sites geralmente associados ao termo "fake news" apenas ocasionalmente produzem mentiras travestidas de notícias.
"A maior parte do que é produzido por esses sites são matérias recheadas de pequenas distorções: exageros, manchetes apelativas, sensacionalistas ou em desacordo com o texto, especulações apresentadas como fatos, falsas atribuições e outros procedimentos de fraude e logro", diz o pesquisador da USP.
No caso do conteúdo publicado pelas páginas da Rede RFA, Ortellado avalia que a característica mais comum é filtrar os fatos do dia e adaptá-los para que eles se enquadrem "em uma narrativa antipetista" e ajudem a compor "um determinado discurso, uma visão de mundo".
Perfil discreto e empresa em apartamento vazio
Além da Novo Brasil Empreendimentos Digitais, Thais e Ernani também são sócios em outra empresa registrada junto à Receita Federal: a Raposo Fernandes Marketing Digital.
A reportagem do UOL foi até os endereços associados aos registros das duas empresas, ambos em Interlagos, na zona sul de São Paulo. Em um deles, um condomínio residencial, o porteiro informou que a unidade pertencente a Ernani e Thais estava vazia e que o casal aparece no local apenas para buscar correspondências.
O outro é um sobrado geminado, com o letreiro rasgado de uma clínica desativada, e que tinha como única entrada aparente duas portas de garagem metálicas, repletas de pichações ilegíveis.
No local, a reportagem encontrou Thais e tentou conversar com ela, mas a advogada se recusou a falar e disse que estava de saída para um compromisso.
A reportagem também tentou contato com Thais e Ernani por telefone, email e mensagens nas redes sociais durante pelo menos quatro semanas, mas não obteve resposta.
A maioria das informações sobre os dois em seus perfis pessoais nas redes sociais é restrita a amigos, mas ambos citam ter concluído estudos na Faculdade de Direito da USP.
Ernani é filho do coronel da reserva Ermindo Neto, que foi assessor especial do comandante do Exército entre novembro de 2013 e dezembro de 2015. Em pouco mais de 20 textos publicados pela Folha Política entre 2013 e 2014, era possível encontrar mensagens publicadas pelo perfil do coronel em redes sociais na caixa destinada a comentários dos leitores.
fonte imagens google
fonte redação https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/05/26/dono-de-sites-criticados-por-fake-news-recebe-dinheiro-de-deputado.htm
fonte imagens google
fonte redação https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/05/26/dono-de-sites-criticados-por-fake-news-recebe-dinheiro-de-deputado.htm
Comentários
Postar um comentário