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Copel pede à Aneel aumento de 32,4% na tarifa de energia
Custos com a compra de energia no mercado livre e no leilão realizado em maio inflacionaram o índice de reajuste. Foi o maior pedido feito até agora entre as distribuidoras
Publicado em 10/06/2014 | CÍNTIA JUNGES
2,8% foi a queda no consumo de energia em maio, segundo o Boletim Mensal do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgado ontem. É a terceira queda mensal seguida. Segundo a ONS, o fraco desempenho da indústria puxou o consumo para baixo no país no mês passado. Em comparação ao mesmo mês do ano passado a carga gerada cresceu 2,7%. O consumo foi menor em todas as regiões do país em maio frente ao mês anterior. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o total de energia gerada caiu 2,9% em relação a abril.
Residencial
Valor do quilowatt-hora pode chegar a 35 centavos e bater recorde
Fernando Jasper
Caso a Aneel autorize a Copel a reajustar sua tarifa residencial em 32,4%, a tarifa chegaria a quase 35 centavos por quilowatt-hora (kWh), sem contar os impostos – seria a maior da história da empresa. O valor superaria, inclusive, aquele praticado antes da Medida Provisória 579, que reduziu as tarifas de todas as companhias elétricas em quase 20%. Quando o pacote de redução de tarifas do governo federal entrou em vigor, no início de 2013, o preço da energia no Paraná recuou para o menor valor em dez anos.
Vale lembrar, no entanto, que o aumento solicitado pela Copel, de 32,4%, é o reajuste médio. Ao conceder o aumento, a Aneel determina qual deve ser o reajuste específico de cada classe de consumo (residencial, industrial, etc). Ou seja, a agência pode determinar índices de reajuste diferentes para cada setor.
O item que mais pesou na composição do Índice de Reajuste Tarifário Pleiteado (IRT) foi a compra de energia, que equivale a 19,1% do total solicitado pela companhia neste ano. Esse custo foi fortemente pressionado pela queda do nível dos reservatórios de hidrelétricas e pelo acionamento constante das usinas térmicas. O valor representa aumento de quase nove pontos porcentuais em relação ao mesmo custo apresentado em 2013 (10,4%). Essas despesas compõem a chamada “parcela A”, referente aos custos não gerenciáveis, ou seja, aqueles sobre os quais a empresa não tem controle.
Completam ainda o porcentual solicitado pela Copel 1,5% da “parcela B”, formada basicamente pelos custos operacionais da companhia, e outros 11,8% dos componentes financeiros, que representam a diferença entre as despesas que a empresa já pagou e o que ela recebe por meio das tarifas, e que precisa ser compensado ao longo dos próximos 12 meses.
No custo dos componentes financeiros estão inclusos 5,1% do reajuste tarifário de 2013 autorizado pela Aneel que não foi repassado ao consumidor. Na ocasião, a pedido do governo do estado, a Aneel permitiu o parcelamento do aumento concedido de 14,6%, aplicando um aumento médio de 9,5% em 2013 e deixando o restante para entrar no cálculo da tarifa deste ano.
Segundo Vlademir Santo Daleffe, diretor-presidente da Copel Distribuição, o custo da compra de energia foi o principal fator de pressão no pedido de reajuste da companhia. Com o fim de contratos importantes no fim de 2013, a Copel passou a ser uma das distribuidoras mais expostas (com uma demanda maior do que pode entregar), tendo que comprar energia no mercado livre (espécie de bolsa). “Ficamos muito descontratados justamente no momento em que os reservatórios começavam a baixar e o preço da energia começou a ser fortemente impactado pelo uso constante das térmicas”, explica.
Pressão
A diferença de preço dos contratos antigos em relação à energia contratada nos últimos leilões também pressionou a “parcela A”. A energia contratada no leilão A-0, realizado em maio deste ano, custa o dobro da média dos contratos da companhia (R$ 270 o megawatt/hora contra R$ 130 MWh). “Como o reajuste da Copel acontece em junho, a companhia ainda consegue compensar essa diferença na tarifa deste ano. Esse é um dos motivos pelos quais o porcentual de aumento apresentado à Aneel é o maior entre as distribuidoras”, afirma Daleffe.
fonte imagens Google
fonte redação gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1475188
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