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Governistas reagem à CPI da Petrobrás e pedem apurações contra adversários
publicado 25/03/2014
Enquanto tentam impedir criação da comissão, aliados querem ampliar investigações para que casos envolvendo o PSDB e o PSB também sejam analisados pelo Congresso
27 de março de 2014 | 23h 19
O Estado de S. Paulo
Brasília - Diante da iminente abertura da CPI da Petrobrás, os aliados da presidente Dilma Rousseff passaram a defender investigações no Congresso de suspeitas envolvendo o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos, seus adversários nas eleições de outubro.
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Com 28 assinaturas, uma a mais que o mínimo necessário, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) protocolou ontem pela manhã o pedido de abertura de uma CPI exclusiva no Senado para investigar a Petrobrás.
Para constranger a oposição, o governo orientou os parlamentares da base a anunciarem que também vão querer investigar, na mesma CPI, o cartel de trens e Metrô em São Paulo, no governo de Geraldo Alckmin (PSDB), e eventuais irregularidades no Porto de Suape, em Pernambuco, Estado governado por Eduardo Campos (PSB).
"Se eu tiver um fato determinado que envolva recursos federais, eu posso tentar ampliar o objeto da investigação", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil.
"Por que não incluir na CPI o caso Alstom, em São Paulo, e as obras do Porto de Suape? Queremos ver Eduardo Campos explicar o Porto de Suape, alvo de denúncia de corrupção. É uma obra com dinheiro federal", emendou o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM).
Os governistas não desistiram do esforço de tentar retirar assinaturas do pedido de CPI, que ainda não foi oficialmente instalada no Senado.
O requerimento protocolado ontem teve apoio de três senadores da base aliada do governo e cinco considerados "independentes". Diz que a comissão investigará denúncias de irregularidades cometidas na Petrobrás entre 2005 e 2014. Quatro pontos são citados: compra da refinaria de Pasadena; pagamento de propina a funcionários da estatal pela companhia holandesa SBM Offshore para obtenção de contratos com a Petrobrás; acusação de que plataformas estariam sendo lançadas ao mar sem equipamentos de segurança; e indícios de superfaturamento na construção de refinarias.
"Infelizmente o PT trata empresas estatais, como a Petrobrás, como propriedade privada. Queremos reestatizar a Petrobrás, e não submeter a empresa a grupos partidários", disse o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Pré-candidato à Presidência, o tucano disse que a oposição quer ler o requerimento em plenário e instalar a CPI na terça-feira.
O plano da oposição é instalar uma comissão mista, com senadores e deputados. Há dois requerimentos pedindo uma CPI para investigar a Petrobrás correndo na Câmara: um deles, do PPS, já tem 178 assinaturas – sete a mais do que o mínimo necessário. O PSDB, no entanto, lidera agora nova coleta de assinaturas para sintonizar o objeto da comissão protocolada no Senado com a da Câmara.
Embora Aécio tenha falado em instalar a CPI na terça-feira, cabe ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ler o requerimento em plenário. Aliado do governo, Renan tentará protelar a leitura. Ontem, ele se mostrou resignado. "Não há mais o que fazer", disse, sobre a abertura da CPI.
Confronto. A ordem do Planalto é partir para o confronto com a oposição. Se não puder barrar a CPI, o governo deve fazer o presidente e o relator da comissão. Para o comando da CPI, um dos nomes mais citados é o do senador Romero Jucá (PMDB-RR). O PT tende a ficar com a relatoria. "O que não podemos admitir, de forma especial na Petrobrás, é que a questão da disputa eleitoral afete uma investigação que já está ocorrendo. É da vida", disse a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, de saída do governo – ela será substituída pelo também petista Ricardo Berzoini.
Pelos cálculos do Planalto, dos 26 titulares da CPI, os partidos da base aliada terão 20. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, passou o dia de ontem ao telefone com senadores e dirigentes de partidos da base aliada. O assunto foi a CPI da Petrobrás.
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