Clube atletico mineiro campeão da copa do Brasil 2014 - Bola na veia
Após um 2011 decepcionante, rivais mineiros cresceram juntos, conquistaram o Brasil e a América nos últimos dois anos e agora decidem um título nacional pela primeira vez na história
No mundo da bola, quando o assunto é rivalidade regional, é proibido ficar para trás. E ninguém aproveitou tão bem essa filosofia da intolerância quanto Cruzeiro e Atlético-MG, que hoje dominam o futebol brasileiro. A disputa quente entre os rivais mineiros tem servido como combustível, e o sucesso de um puxa o outro constantemente para cima.
A final da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, é o ápice histórico do clássico. O atual governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, resume o momento especial da rivalidade. "No principal esporte praticado no País, os olhos de todos os brasileiros se voltam para o nosso Estado".
O que hoje é festa, porém, era preocupação em 2011, com ambos na briga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Um ano depois veio do Atlético-MG, vice-campeão brasileiro. O Cruzeiro, em nono, viu o rival, tão ironizado pelos anos de fila, seguir a cartilha dos grandes campeões. E obrigou-se a crescer junto.
Relembre jogadores que viraram a casaca e defenderam Cruzeiro e Atlético-MG:
Em 2013, o Atlético-MG conquistou sua primeira Libertadores e voltou a pressionar o rival. A resposta veio com dois títulos brasileiros do Cruzeiro, que virou o jogo e agora tenta repetir a tríplice coroa de 2003: campeão mineiro, da Copa do Brasil e do Brasileirão. Terá, porém, que contornar a vantagem atleticana de 2 a 0 construída no jogo de ida, que aproximou o time alvinegro da inédita conquista.
Os jogadores dos dois times estão cientes do momento especial da rivalidade. "É uma final histórica, que vai ficar marcada por ser uma decisão inédita de um campeonato como a Copa do Brasil", afirmou o atacante Diego Tardelli. "Um jogaço, o clássico dos clássicos, um jogo importantíssimo", reforçou o zagueiro Leonardo Silva, que já passou pelo Cruzeiro e hoje defende o Atlético-MG.
Sucesso também fora de campo
Com contas em dia e ótimos centros de treinamento - casas de Argentina e e Chile durante a Copa do Mundo - Atlético-MG e Cruzeiro usaram a rivalidade não só para fortalecer a estrutura e a boa gestão, mas também para ganhar títulos. A alcunha "Maior de Minas" foi adotada pelas duas torcidas, e os feitos recentes deixam a disputa ainda mais acirrada. O maior jogos entre os dois clubes na história, nesta quarta, faz de 2014 um ano especial na rivalidade que começou em 1921.
Sucesso compartilhado não é novidade
Historicamente, Atlético-MG e Cruzeiro já viveram outros períodos de bonança paralela. Em 1992, enquanto o Atlético era campeão da Copa Conmebol, contra o Olímpia, o Cruzeiro levantava outra taça internacional, a Supercopa, contra o Racing. Em 1997, quando a Raposa conquistou seu segundo título da Libertadores em cima do Sporting Cristal, do Peru, o Galo foi bi da Conmebol ao bater o Lanús, da Argentina.
No final dos anos 90, Cruzeiro e Atlético-MG chegaram a finais de Campeonato Brasileiro, e ambos perderam para o Corinthians. Em 1998 o Cruzeiro caiu diante dos corintianos, e em 1999 foi a vez do Atlético. Naquela segunda ocasião, os dois fizeram o maior maior clássico mineiro em um mata-mata nacional, superado agora pela final da Copa do Brasil.
Nas quartas de final do Brasileirão de 1999, o Cruzeiro, vice-líder da fase preliminar, enfrentou o Atlético, sétimo. E, em dois jogos, o lado alvinegro de Belo Horizonte prevaleceu. Venceu o primeiro jogo por 4 a 2 e o segundo, por 3 a 2.
Ao cruzeirense, a boa lembrança de um confronto contra o rival em um campeonato nacional vem do Brasileirão de 2011. Na última rodada, o Cruzeiro precisava vencer o Atlético para não ser rebaixado. E fez 6 a 1 em Sete Lagoas. Aquele resultado mudou o rumo dos dois rivais. E os frutos são colhidos até hoje.
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