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Monopólio do Grupo Clarín na Argentina deve acabar em um mês – passa a valer a nova Ley de Medios
A partir dessa quarta-feira fica faltando apenas um mês para encerrar-se o prazo de adaptação das empresas de comunicação da Argentina à nova Ley de Medios do país, aprovada pelo Congresso Nacional em 2009. O Grupo Clarín, maior beneficiário da total desregulamentação do setor que imperava até a pouco, continua brigando na Justiça para empurrar por mais um ano a mudança, mas a Suprema Corte definiu em 7 de dezembro a data final.
A Ley de Medios argentina é uma construção complexa e abrangente, incluindo pontos importantes como:
- A criação do Conselho Federal de Comunicação Audivisual, que será composto por a)
Um representante de cada uma das províncias e do governo da Cidade
Autônoma de Buenos Aires. Esta representação será a máxima autoridade
política provincial nesta matéria; b) Três representantes das entidades
que agrupem aos prestadores privados de caráter comercial; c) Três
representantes das entidades que agrupem aos prestadores sem fins
lucrativos; d) Um representante das emissoras das universidades
nacionais; e) Um representante das universidades nacionais que tenham
faculdades de comunicação; f) Um representante da mídia pública de todos
os âmbitos e jurisdições; g) Três representantes das entidades
sindicais dos trabalhadores dos meios de comunicação; h) Um
representante das sociedades gestoras de direitos; i) Um representante
dos Povos Originários reconhecidos ante o Instituto Nacional de Assuntos
Indígenas (INAI);
- Criações
do Conselho Assessor da Comunicação Audiovisual e da Infância, da
Comissão Bicameral no Congresso Nacional e da Defensoria do Público de
Serviços de Comunicação Audiovisual;
- Direito de acesso universal a conteúdos informativos de interesse relevante e de acontecimentos esportivos (O
Poder Executivo nacional adotará as medidas regulamentares para que o
exercício dos direitos exclusivos para a retransmissão ou emissão
televisiva de determinados acontecimentos de interesse geral de qualquer
natureza, como os esportivos, não prejudique o direito dos cidadãos a
acompanhar estes acontecimentos ao vivo e de maneira gratuita, em todo o
território nacional.
Mas o
desespero do Grupo Clarín está focado em um dos artigos, o 45, que
limita a quantidade de concessões a cada empresa, atuando para
horizontalizar e tornar mais plural e competitivo o espaço de mídia
veiculado em concessões públicas – ou seja, de propriedade da sociedade e
não de empresas privadas. Segundo o site La Jornada, o Clarín possui
“mais de 240 sistemas de TV a cabo, 19 rádios AM, FM e quatro canais de
TV aberta, passando a configurar um monopólio e uma rede nacional
ilegal”. O artigo 45, junto com o fim do monopólio anteriormente exercido sobre a produção de papel-jornal, encerrará o controle do Grupo Clarín sobre a comunicação argentina.
O artigo 45 determina como limites, para emissoras nacionais: a)
Uma licença de serviços de comunicação audiovisual sobre suporte por
satélite; b) Até dez licenças de serviços de comunicação audiovisual
mais a titularidade do registro de um sinal de conteúdo; c) Até vinte e
quatro licenças, sem prejuízo das obrigações emergentes de cada licença
outorgada, quando se trate de licenças para a exploração de serviços de
radiodifusão por assinatura com vínculo físico em diferentes
localizações. Determina, ainda, que a multiplicidade de licenças
em nenhum caso poderá implicar a possibilidade de prestar serviços a
mais de trinta e cinco por cento do total nacional de habitantes ou de
assinantes dos serviços referidos neste artigo.
A Ley de
Medios argentina é bastante avançada, mas é muito semelhante ao que
seria uma simples regulamentação do que determina a Constituição
Brasileira. No Brasil, porém, a pauta não consegue avançar, por mais que
seja discutida pelos setores organizados da sociedade. Como está sendo
feito na Argentina, na Bolívia, na Venezuela e no Equador, precisamos de
uma nova Lei de Mídia, de um novo marco regulatório para as
comunicações, para que a voz deixe de ser um privilégio de onze famílias
e se torne um direito de todo o povo brasileiro.
Fonte Redação http://jornalismob.com/2012/11/06/monopolio-do-grupo-clarin-na-argentina
Fonte imagens Googe
Folha de Londrina - O Jornal do Paraná - Brasil
AJE - Al Jazeera English - Cbs - Fox news - cnn - Bbc London - La nacion
Argentina - Reuters London - El diário -
La época -
La razón (Bolivia)
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